A política brasileira está em efervescência com a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 12/2022 no Congresso Nacional. Originalmente concebida para promover uma reforma estrutural nas regras eleitorais, a proposta ganhou os holofotes não apenas por seu objetivo principal, mas por uma controversa emenda que pode mudar drasticamente a carreira de prefeitos, governadores e presidentes.
A Reforma Original: Fim da Reeleição e Mandatos de 5 Anos
O texto base da PEC 12/2022 propõe duas mudanças significativas no poder Executivo:
- Fim da Reeleição: Acabar com a possibilidade de reeleição imediata para os cargos de Presidente, Governador e Prefeito.
- Ampliação dos Mandatos: Aumentar a duração dos mandatos dos chefes do Executivo de quatro para cinco anos.
Segundo seus defensores, a ideia é garantir uma gestão mais planejada e focada em projetos de longo prazo, eliminando o desgaste e o foco eleitoral da segunda metade do primeiro mandato.
O Ponto de Virada: A Emenda do "Terceiro Mandato"
O debate esquentou com a inclusão de uma emenda de transição, apresentada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PL). Essa emenda não mexe no mérito do fim da reeleição, mas estabelece como as novas regras se aplicarão aos políticos que já estão em mandato.
Na prática, a emenda cria uma regra específica para prefeitos: aqueles que foram eleitos em 2020 e conseguirem a reeleição em 2024 poderiam se candidatar novamente em 2028.
Por que a Controvérsia?
Especialistas em Direito Eleitoral e Ciência Política estão interpretando essa brecha como a possibilidade de um "terceiro mandato consecutivo" para um mesmo indivíduo.
- Risco de Distorção: A principal crítica é que essa regra de transição poderia introduzir um elemento de desigualdade e distorção no processo político, beneficiando um grupo específico de atuais mandatários.
- Ajuste de Calendário: Os defensores da emenda, contudo, argumentam que ela é necessária para garantir o ajuste do calendário eleitoral e a unificação das eleições, um dos objetivos da PEC. A transição, segundo eles, é a única forma de aplicar as novas regras de maneira gradual, sem causar um "apagão" institucional.
O Futuro da PEC 12/2022
O destino dessa polêmica ainda está incerto. A PEC 12/2022 precisa passar por um rigoroso processo de aprovação: deve ser votada em dois turnos no Senado Federal e, posteriormente, necessita da aprovação de três quintos dos parlamentares (308 deputados) na Câmara dos Deputados.
Enquanto a proposta não for aprovada e promulgada, o "terceiro mandato" segue como uma possibilidade teórica, mas que já mobiliza a opinião pública e o debate político. Se aprovada, as mudanças, incluindo a controversa regra de transição, passariam a valer conforme o cronograma definido no texto constitucional.
E você, leitor? Qual a sua opinião sobre o fim da reeleição e a possibilidade de um "terceiro mandato" na transição? Deixe seu comentário!

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